sábado, 22 de março de 2008

Saudades

Meu mundo...
Sonho com um tempo onde o relacionamento não é baseado em futilidades, não buscando ser indefectível e muito menos incomparável.
O relacionamento familiar, de filhos e pais, de pais e filhos, entre irmãos, onde o carinho torna se irreprimível, o relacionamento da amizade, sem preconceitos de raça, sexo, vislumbrando valores, inócuo, são condicionantes que reunidas promovem um bem-estar para a humanidade, dentre tantas catástrofes ético-moral, físicas, permissivas, onde de maneira aviltante, olhamos aquilo ou aqueles que fizeram algo de menos bom.
Tenho saudades da minha infância, pois meus olhos não tinham receio de olhar, não julgavam, a dor não era desmedida, pois sabia que ao passar, tudo passava... Quando crescemos deixamos que a dor perpetue, permaneça, se estabeleça, marcamos as pessoas não pelo triunfo, mas sim pelo dissoluto, deixando que o diminuto, bem como a insegurança adentre e faça parte do mais intrínseco sentimento humano, o medo.... Relacionar, passa a ser ficar, para ver o que que dá, fazer amor é apenas sexo, e em alguns casos é considerado uma moeda de troca, casar é careta, a frontalidade é escudo, as pessoas são o que tem, e querem dar o que não possuem...

Que saudades, tenho dos tempos D'outrora, tempos que vivi, tempos que não cheguei a viver....
Saudades são estas, de tempos distantes, de pessoas especiais, de cheiros e sabores que caracterizam prazeres do corpo e da alma, de lugares inesquecíveis, de sonhos da infância, de mimos de criança, onde a esperança se fez eterna e infindável, recordações de momentos mágicos, instantes belíssimos, indescritíveis, com simplicidade, liberdade, natural... Brincadeiras na rua, no quintal, passeios, parques, o primeiro dia de aula de cada ciclo, os professores, os colegas, as traquinices, a paixão pelo professor que deixava suspiros no ar...
Cenários diversos, momentos incontáveis, dias tristes, dias felizes, a brincar, a cantar, nadar, a ouvir histórias. Intermináveis recordações, pessoas que se foram, e não voltaram, mudaram, cresceram, novas amizades, novas saudades, a vida é mesmo cíclica, de chegadas e partidas, mazelas e triunfos...
Ah! Que friozinho na barriga, quando lembro dos tempos do vestibular, da Universidade, das aulas, ( O TITIO LULU a fazer projecção ortogonal de um caixão no primeiro diedro... Heheheh), nossas aulas eram mesmo divertidas, da colação de grau (quando tremia a ler o texto de apresentação), das pessoas que deixei, dos amores e paixões, do dia do meu casamento que foi um belo dia, do momento em que senti meu filho mexer a primeira vez, e na minha segunda gravidez quando fiz a primeira ecografia e soube que vinha uma princesa a caminho, quando da emoção de ver meu avó usar o andador pela primeira vez no aniversário de um ano do meu filho, quando me senti especial para pessoas que tinham significativa importância na minha vida , como é engraçado esta tal de saudade....

Saudade que emociona,
Saudade que faz chorar,
Saudade da Saudade.....


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