Salazar acabara de organizar a Exposição do Mundo Português e Paris estava há seis meses ocupada pela tropa nazi quando Manuela Ferreira Leite nasceu, a 3 de Dezembro de 1940, em Lisboa, sob o signo de Sagitário. Filha de um advogado, com duas irmãs e um irmão, fez parte dos estudos em casa. Quando rumou ao Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho foi somando boas notas - sobretudo em Matemática, a sua disciplina favorita. Diplomou-se em 1963 no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (ISCEF), também na capital, arrancando um 16 - a nota mais alta do curso.
Ganhou nessa época a reputação de ser exigente, meticulosa e muito bem preparada nas matérias que estudava. A fama foi-se transformando em proveito ao longo de uma carreira profissional iniciada como assistente de Finanças Públicas e Economia Política no ISCEF e no Centro de Economia e Finanças da Fundação Gulbenkian, para onde transitou recém-licenciada, em 1965.
O 25 de Abril de 1974 apanha-a de novo como professora do ISCEF. Longe da política: a militância que lhe era conhecida, até então, circunscrevia-se aos círculos cristãos. Manuela Ferreira Leite é católica convicta e não falha a missa dominical.
Um dos encontros mais decisivos da sua vida aconteceu na Gulbenkian, quando conheceu Aníbal Cavaco Silva. É ele quem a convida para o Gabinete de Estudos do Banco de Portugal (em 1977) e para chefiar o seu próprio gabinete, ao assumir as funções de ministro das Finanças do Governo de Sá Carneiro (em 1980).
A futura "Dama de Ferro" dos sociais-democratas filiou-se no PSD apenas em 1985 - o ano em que Cavaco conquistou a presidência do partido, no congresso da Figueira da Foz. Eram tempos de viragem na Rua de São Caetano à Lapa: Manuela tornou-se um dos símbolos desse período, com um perfil talhado muito à semelhança do líder, de quem nunca deixou de ser uma das personalidades mais próximas.
Foi ministra pela primeira vez com Cavaco, assumindo a pasta da Educação entre 1993 e 1995. Eram tempos difíceis, já no declínio do cavaquismo. A atitude inflexível da ministra chocava com sucessivas vagas de reivindicações estudantis. Não faltaram manifestações à porta do ministério em que Manuela surgia caricaturada em desenhos nada lisonjeiros.
A segunda experiência ministerial ocorreu durante o mandato de Durão Barroso: foi ministra de Estado e das Finanças entre 2002 e 2004. Bruxelas mandava apertar o cinto, em nome da contenção orçamental, e ela fez o que pôde até ao dia em que Durão rumou à presidência da Comissão Europeia deixando o Governo e o partido entregues a Santana Lopes. A desilusão foi tão forte que ela a princípio nem queria acreditar. Recusou colaborar com Santana e só retomou um cargo de responsabilidade no PSD quando presidiu ao Congresso, com Marques Mendes.
É administradora não-executiva do Banco Santader. E sportinguista. Tem três filhos (Nuno, João e Ana) e quatro netos - o mais novo nascido há dias, em Londres. Conduz uma carrinha BMW. Quem a conhece gaba-lhe o sentido de missão. E o sentido de humor. Esta é uma das suas facetas menos conhecidas. Mas das mais constantes.
http://dn.sapo.pt/2008/06/01/nacional/a_sagitariana_sempre_gostou_matemati.html
Ganhou nessa época a reputação de ser exigente, meticulosa e muito bem preparada nas matérias que estudava. A fama foi-se transformando em proveito ao longo de uma carreira profissional iniciada como assistente de Finanças Públicas e Economia Política no ISCEF e no Centro de Economia e Finanças da Fundação Gulbenkian, para onde transitou recém-licenciada, em 1965.
O 25 de Abril de 1974 apanha-a de novo como professora do ISCEF. Longe da política: a militância que lhe era conhecida, até então, circunscrevia-se aos círculos cristãos. Manuela Ferreira Leite é católica convicta e não falha a missa dominical.
Um dos encontros mais decisivos da sua vida aconteceu na Gulbenkian, quando conheceu Aníbal Cavaco Silva. É ele quem a convida para o Gabinete de Estudos do Banco de Portugal (em 1977) e para chefiar o seu próprio gabinete, ao assumir as funções de ministro das Finanças do Governo de Sá Carneiro (em 1980).
A futura "Dama de Ferro" dos sociais-democratas filiou-se no PSD apenas em 1985 - o ano em que Cavaco conquistou a presidência do partido, no congresso da Figueira da Foz. Eram tempos de viragem na Rua de São Caetano à Lapa: Manuela tornou-se um dos símbolos desse período, com um perfil talhado muito à semelhança do líder, de quem nunca deixou de ser uma das personalidades mais próximas.
Foi ministra pela primeira vez com Cavaco, assumindo a pasta da Educação entre 1993 e 1995. Eram tempos difíceis, já no declínio do cavaquismo. A atitude inflexível da ministra chocava com sucessivas vagas de reivindicações estudantis. Não faltaram manifestações à porta do ministério em que Manuela surgia caricaturada em desenhos nada lisonjeiros.
A segunda experiência ministerial ocorreu durante o mandato de Durão Barroso: foi ministra de Estado e das Finanças entre 2002 e 2004. Bruxelas mandava apertar o cinto, em nome da contenção orçamental, e ela fez o que pôde até ao dia em que Durão rumou à presidência da Comissão Europeia deixando o Governo e o partido entregues a Santana Lopes. A desilusão foi tão forte que ela a princípio nem queria acreditar. Recusou colaborar com Santana e só retomou um cargo de responsabilidade no PSD quando presidiu ao Congresso, com Marques Mendes.
É administradora não-executiva do Banco Santader. E sportinguista. Tem três filhos (Nuno, João e Ana) e quatro netos - o mais novo nascido há dias, em Londres. Conduz uma carrinha BMW. Quem a conhece gaba-lhe o sentido de missão. E o sentido de humor. Esta é uma das suas facetas menos conhecidas. Mas das mais constantes.
http://dn.sapo.pt/2008/06/01/nacional/a_sagitariana_sempre_gostou_matemati.html
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