terça-feira, 10 de junho de 2008

Carol


Carol.....
Se, por acaso, tivesse que contar acerca da minha vida à alguém, claro que sem medos, pois não tenho nada de que envergonhar me ou a esconder, denotaria no aspecto de uma mulher forte, independente, corajosa e feliz. Mas se calhar não em alguns prismas.... Nesta longa jornada de vida , ou seja, nestes 33 anos de caminhada, entendi o amor como um meio de obter a tão sonhada felicidade,, mas que acabava por transformar o belo em escravidão consentida, para o ter. permito me estar assim, mas em determinados aspectos, ainda deixa como resultado um sofrer, com os mais diversos graus e estágios. E como dizem, quando sabemos todas as respostas vem a vida e muda todas perguntas, uma verdadeira antítese... Após ler, experiências diversas, vivenciar, conhecer, sofrer, sorrir, chorar e amar descubro que é uma grande mentira o facto de tornarmos objecto de posse de alguém, porque o amor nada tem a ver com a prisão e sim, sou livre, quando ele está presente, porque se entrego me totalmente , sinto me livre, e dai amo de maneira eminente, sendo que o inverso funciona na mesma vertente. Entre outras situações omitia o facto de meu coração querer ser ocupado, mas não em carácter de complemento e ou de suplemento, mas sim em meio adjacente, apesar dos pesares, posso viver, fazer, descobrir, no passado não longínquo, nada tem sentido, mas o estar sozinha é um factor de opção, visto para estar com alguém, o significado de estar e permanecer deve ser evidente...
Desejo que este tempo passe rápido, para que possa voltar à busca de mim mesma encontrando alguém que entenda me, coadunando partes do todo e que não proporcione sofrimento de causa.
Acho que não estou bem realmente, o que estou a dizer, encontrar, já encontrei... será??? Uma coisa, acredito no amor ou na construção dele a partir de uma paixão que hoje não sei explicar, ninguém pode machucar ninguém, porque cada um é responsável por aquilo que sente, e não devo deitar culpas de nada inerente a isto a ninguém, podem achar que é loucura, mas estou para ver...
Mesmo as feridas que o passado trouxe me, por aqueles que amei, dai acreditar piamente em algo que escutei, não sei quem é o autor:"Eu sou : todos os livros que li, todos os lugares que visitei, todas as pessoas que amei", independendo da pessoa e ou do tipo de amor, não é o tempo, e/ou a qualidade em quantidade mas sim a quantidade da qualidade, daquilo que disponibilizamos a dar e a receber, não na obrigatoriedade, nem na "mendigância", mas na espontaneidade sublime... Estou convencida que ninguém perde ninguém, porque ninguém possui ninguém, perdemos sim a nível de qualidade/quantidade de sentimento, por isto quero ter o que me é mais importante, mas não quero possuí-lo, limitando me a partilhar, quero realmente, conseguir, desconexadamente, neste paradoxo da vida e contextos, esta capacidade de abstracção emocional....


Carolzita
Publicado no Recanto das Letras em 19/01/2008
Código do texto: T824435

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